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O que sabemos sobre o caso Covaxin, ponto a ponto

Alvo de inquério da CPI da Covid, contratação do imunizante levanta suspeitas de superfaturamento

Fachada do Ministério da Saúde. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil.
Fachada do Ministério da Saúde. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil.
Por Luiz Costa, redação do Universidade à Esquerda
25 de junho, 2021 Atualizado: 16:30

A contratação da vacina indiana produzida pela farmacêutica Bharat Biotech se tornou o principal ponto de atenção dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a condução do governo Bolsonaro no combate à pandemia do Covid-19. As negociações estão cercadas de irregularidades e há indícios de que tenha havido superfaturamento no contrato com o Ministério da Saúde que prevê a entrega de 20 milhões de doses do imunizante.

Na tarde de hoje, às 14h, acontece a sessão da CPI que interrogará o servidor que depôs inicialmente sobre as irregularidades do processo. Destacamos, ponto a ponto, tudo que sabemos até agora sobre o caso Covaxin:

1. Preço elevado das doses: Ainda não se sabe se houve superfaturamento, mas o preço elevado das doses levantou suspeitas do Ministério Público Federal (MPF). O governo federal recusou a oferta de 70 milhões de doses da americana Pfizer alegando preço elevado (US$ 10/dose), mas se dispôs a pagar 50% a mais pela Covaxin (US$ 15/dose) — quatro vezes mais caro que o imunizante mais barato hoje aplicado no Brasil, o da AstraZeneca (US$ 3,65). Pela cotação do câmbio no momento de assinatura do contrato, o preço da dose da Covaxin ficou em R$ 80,70, o mais caro já comprado pelo governo.

Segundo anunciado pela Bharat Biotech, as doses de Covaxin são negociados no exterior por valores que variam de US$ 15 a US$ 20.