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Plenária da FASUBRA aprova indicativo de greve do Fonasefe

Plenária Nacional da Fasubra delibera sobre a construção da greve do Serviço Público Federal

Divulgação da Plenária Nacional da Fasubra sindical. Fonte: Fasubra.
Por Maria Fernandez, redação do Universidade à Esquerda
06 de março, 2022 Atualizado: 10:05

A FASUBRA (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas Do Brasil) realizou PLENÁRIA NACIONAL nos dias 04 e 05/03. A plenária realizada de forma virtual reuniu delegados das bases de sindicatos de todo o país e teve em sua pauta o indicativo de greve para 23/03 do Serviço Público Federal (SPF) e a realização do Congresso da Federação, o CONFASUBRA. A programação contava com:

  1. Informes da Direção Nacional;
  2. Análise de conjuntura internacional e nacional;
  3.  Indicativo de greve do Serviço Público Federal;
  4. XXIV CONFASUBRA;
  5.  Prorrogação do mandato da Direção Nacional e do Conselho Fiscal;
  6. Encaminhamentos;
  7. Outros.

Nas falas dos delegados ficou evidente a urgência de construir um movimento de greve forte para defender o serviço público nesta conjuntura e exigir a reposição salarial dos servidores que acumulam, apenas no governo Bolsonaro, quase 20% de perdas salariais. Entretanto muitos, preferiram fazer uma análise das dificuldades para a construção da greve no contexto de trabalho remoto e pandemia, se lamentando da situação e apontado a saída eleitoral de outubro como caminho para os trabalhadores.

A resistência em colocar força na construção da greve e chamar os trabalhadores para rua, apostando todas as fichas na construção de uma candidatura e na via eleitoral, demonstra o limite que o movimento tem demonstrado.  Retirando todo o protagonismo da luta dos trabalhadores e das ruas e abrindo mão de construir um movimento forte que garanta o mínimo na defesa dos trabalhadores.

Além desse limite no debate da greve, a plenária acabou dando centralidade no debate sobre o adiamento do congresso, o Confasubra e, por conseguinte na nova prorrogação do mandato da atual direção. A polarização deste debate tomou grande parte do tempo e energia posto nos debates dos dias da Plenária e retirou a centralidade da pauta da greve.

CALENDÁRIO FONASEFE

A direção da Fasubra informou a plenária da última reunião do Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais), que ocorreu no dia 04/03, onde foram organizados os encaminhamentos da campanha salarial unificada dos Servidores Públicos Federais. Foi colocado em votação o calendário unificado do Fonasefe e foi aprovado o seguinte calendário por 90% de aprovação dos delegados da Fasubra presentes:

Calendário do FONASEFE:

a) 08/03/2022 – Fortalecer o Dia Internacional das Mulheres;

b) 09/03/22 – Lançamento do Comando Nacional de construção da GREVE (atividade virtual);

Obs. O FONASEFE orienta que nos estados sejam construídos Comando Estadual e Locais de Construção de GREVE

c) 16/03/22 – Dia Nacional de Mobilização, paralisações e manifestações em todo Brasil, com ato em Brasília;

d) Obs. Importante as entidades chamarem suas bases para fazermos um grande ato em Brasília.

e) 23/03/22 – Indicativo para o início da GREVE GERAL POR TEMPO INDETERMINADO, respeitando a especificidades de cada entidade.

Na discussão do calendário foram feitas indicações sobre a importância de realizar rodada de assembleias antes da data da greve para aprovação nas bases, além da necessidade de criar um comando de construção próprio da Fasubra para organizar as atividades necessárias neste período. Deve ocorrer também plenária antecedendo o dia 23 para orientar a deflagração da greve. Com esta aprovação a Federação se compromete a construir a greve unificada apesar das dificuldades da conjuntura apontadas no debate.

Depois dessa aprovação a plenária seguiu discutindo e votando propostas de conjuntura. A plenária que chegou até 20h do sábado debateu desde questões sobre a guerra da Ucrânia, tema que deve ser objeto de live para debate, até questões do retorno presencial e condições de trabalho.

Certamente a discussão sobre a construção da greve deveria ter a centralidade deste espaço pela urgência da sua construção e importância para o conjunto do serviço público. Defender reposição salarial dos servidores (de 19,99%) é também contribuir para a luta contra o rebaixamento dos salários de toda a classe trabalhadora e entrar em luta neste momento é demonstrar a disposição para ir às ruas e combater o imobilismo. Com a decisão favorável da Federação, fica o compromisso de mobilização das bases para a construção de uma greve conjunta de fato forte.

ADIAMENTO DO CONFASUBRA

A atual direção tem defendido nas plenárias e aprovado o adiamento consecutivo do congresso e novas eleições usando a pandemia como justificativa, em um contexto em que o retorno presencial já é regra na maioria das instituições de Ensino Superior. A posição majoritária da direção da entidade foi pelo adiamento do congresso para maio de 2023. Com isso foram vencidas as possiblidades de preparar formas de realizar ele ainda neste ano.

Ao fim deste exaustivo debate os encaminhamento retirados foram:

A primeira votação foi pelo adiamento do Confasubra, que deveria ocorrer em maio de 2022 por decisão anterior. Mais de 75% dos presentes foram favoráveis ao adiamento. Vários apontaram que para maio já não houve organização para ocorrer por isso seria inviável. Depois foi votado se o Confasubra ainda será em 2022 ou se será deixado para 2023, 69% dos presentes votaram para que o Congresso ocorra até  maio de 2023, e apenas 30% defenderam que ele ocorresse  ainda em 2022.

A plenária assim definiu o adiamento do congresso da federação que pode ocorrer até maio de 2023 e com isso a prorrogação do mandato da direção. A atual direção foi eleita em 2018 com o mandato de três anos.


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