Maria Fernandez – Redação UàE – 27/05/2020
Depois da divulgação do vídeo da reunião ministerial o dia 22/04 em que o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defende que os ministros aproveitem a pandemia para passar projetos sem tanta atenção da mídia com a frase “ir passando a boiada, ir mudando todo o regramento e simplificando normas” se volta novamente atenção para a política desastrosa de meio ambiente que tem sido levada a cabo no Brasil.
Salles, que já foi julgado por crimes ambientais, reforça com sua fala as criticas que recebe de ambientalista por sua política. Um exemplo desta situação é o repasse de patrimônios ambientais, como parques nacionais à iniciativa privada. Em dezembro de 2019, o decreto federal nº 10.147, dispôs sobre a qualificação de unidades de conservação no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República e sobre a sua inclusão no Programa Nacional de Desestatização.
Esta semana os moradores de Florianópolis foram surpreendidos com a possibilidade do Parque Ecológico Municipal Prof. Davi Ferreira Lima, conhecido com parque do Córrego Grande ser vendido. A denúncia foi feita na página do facebook do vice-prefeito João Batista Nunes, no dia 25/05.
Inicialmente a informação da prefeitura de Florianópolis indicava que havia solicitado renovação da concessão da área do Ibama e tinha recebido a resposta de que nenhuma concessão seria renovada até a avaliação definitiva da destinação dos parques. Em fevereiro deste ano o ministro já havia anunciado que faria a venda de imóveis do Ibama. Hoje funciona no espaço de mais de 21 hectares o Departamento de Educação Ambiental da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), além de espaço de lazer e caminhada aberto a população, vário projetos funcionam no local.
Além da postagem do vice-prefeito, a associação de moradores da região, AMOSC Associação dos Moradores do Sertão e Córrego Grande – Florianópolis, também se manifestou e iniciou uma campanha com abaixo assinado para a renovação da cessão do uso do parque.
A mobilização também teve adesão de parlamentares catarinenses e do prefeito da capital que tentaram intermediar a negociação com o ministério do meio ambiente. Em declarações da prefeitura e de parlamentares há a indicação de que o Ibama deve retira o Parque do Córrego da lista com áreas a venda em todo o Brasil. Embora não tenha-se ainda nenhuma declaração oficial garantindo esta definição. O parque, importante para os moradores da região, é só um exemplo entre as áreas que podem ser destinadas para iniciativa privada. A mobilização social será necessária na defesa destes espaços.
