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Apesar do isolamento social pelo risco de contágio do coronavírus, que fez que com que até o momento as manifestações se limitassem às redes sociais, os primeiros movimentos de rua contra o governo surgiram, tendo como foco principal São Paulo e Rio de Janeiro.
Em São Paulo, a manifestação reuniu cerca de 500 pessoas com os lemas “somos pela democracia” e “contra o fascismo”. A manifestação foi convocada por torcedores de clubes de futebol. Em frente ao MASP, na Avenida Paulista, a manifestação encontrou com um ato de cerca de 20 pessoas a favor do presidente Jair Bolsonaro. Um cordão de policiais separava as manifestações, mas a tropa de choque se concentrou próxima ao protesto pró-democracia, com escudos, capacetes e armas.
Em um determinado momento, uma mulher apoiadora do presidente Bolsonaro, com uma máscara da bandeira dos EUA e um taco de beisebol entrou em meio ao protesto antifascista para atacar os manifestantes, o que resultou em a polícia atacar com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha os manifestantes, enquanto conduziam a mulher para um local afastado e seguro.
No Rio de Janeiro, o protesto ocorreu de forma semelhante. Carregando bandeiras com os dizeres “ditadura nunca mais” e “democracia rubro-negra”, ao chegar na praia de Copacabana encontrou uma pequena manifestação a favor do governo, o que resultou na violência policial contra os manifestantes. Duas pessoas foram detidas.
Mais tarde, um outro protesto ocorreu em frente ao Palácio Guanabara. Esse protesto tinha como central a bandeira “Vidas Negras Importam”, resultado da recente morte brutal de George Floyd pela polícia nos EUA e das centenas de mortes brutais nas favelas do Rio, como a de João Pedro, 14 anos, que foi lembrado no protesto. O ato terminou com policiais apontando fuzis contra manifestantes.
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Porto Alegre também foi palco de manifestações contra o governo neste domingo. Cerca de 400 pessoas gritavam contra as medidas autoritárias de Bolsonaro. “Somos o povo e Bolsonaro nós vamos derrubar”, “Fora Bolsonaro”, “Alerta, alerta antifascista” foram alguns dos gritos. A repressão policial não conseguiu dispersar os manifestantes. A Guarda Municipal, com a cavalaria, acompanhou o ato para fazer a segurança de bolsonaristas que pediam por intervenção militar e fim do isolamento social.