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Estudantes que protestavam contra cortes no orçamento foram presos

Por Gustavo Bastos, redação do Universidade à Esquerda
12 de maio, 2021 Atualizado: 22:36

Três estudantes que protestavam pacificamente em frente a rádio Guaíba hoje (12/05) foram presos e atacados pela guarda municipal de Porto Alegre – RS. Eles recepcionaram o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, em frente a porta da rádio Guaíba cantando: “Ministro, presta atenção, chega de corte na educação”. O ministro iria conceder uma entrevista na rádio.

As imagens e vídeos disponibilizados nas páginas do DCE da UFRGS mostram que os seguranças dos ministros atacaram os estudantes. Logo depois a guarda municipal prendeu um dos estudantes e com gás de pimenta, bombas e tiros de bala de borracha à queima roupa agrediram outros estudantes que estavam no local. O uso desproporcional de armamento considerado “não letal” chama atenção, devido o pequeno número de estudantes protestando no local, apenas oito. Uma estudante que protestava teve que ser levada ao hospital e corre risco de perder a visão.

A mídia local acusa os oito manifestantes de tentarem agredir o ministro, que aparece em vídeo cercado por um número de seguranças maior que o de manifestantes. Além de levar três estudantes presos, a ROMU, grupo operacional da guarda municipal não informou pra onde levava os estudantes detidos. As 20h00 os estudantes já haviam sido liberados.

As universidades federais sofrem com cortes orçamentários sucessivos e de longa data. O orçamento destinado para custeio das universidades está menor que o do ano passado, isso de maneira nominal. A maior parte dos recursos encontra-se parte ainda bloqueada pelo MEC e parte depende de aprovação do congresso. Segundo informações do jornal O Globo, com o dobro de estudantes o orçamento das universidades hoje é o mesmo que em 2004. A Universidade Federal do Rio de Janeiro, assim como a Universidade Federal Fluminense já informaram que com o orçamento atual terão que interromper suas atividades a partir de julho. A Universidade Federal de Santa Catarina hoje conta com apenas 40% dos recursos aprovados pela lei orçamentária disponíveis, os 60% restantes encontram-se bloqueados.


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