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Opinião

Ensino Remoto e a flexibilização da formação universitária

A transposição do que nos era fundamental para meros simulacros.

Foto: Douglas Silva Azevedo. Disponível para utilização no site Flicker.
01 de outubro, 2020 Atualizado: 17:31

Maria Alice de CarvalhoMartim Campos

A adoção do ensino remoto nas universidades brasileiras — adotado de maneira mais ou menos autoritária, com maior ou menor participação das comunidades universitárias — teve como consequência em todas as instituições algo em comum: a flexibilização do ensino.

Em algumas universidades, um ano de formação universitária foi reduzido a meros cinco meses de ensino remoto. Em muitos casos, a presença em aula, espaço antes de formulação coletiva de debates e apreensão do conhecimento, deixou de ser obrigatória.

De maneira geral, a leitura de importantes obras que se encontravam em acervo das Bibliotecas Universitárias foi substituída por artigos disponíveis online, quando não por podcasts e vídeos no YouTube. Trabalhos de pesquisa que antes careciam de saída de campo e observação, hoje são substituídos por pequenas atividades avaliativas ou simulação de observação — como assistir a um filme ou documentário.