Por Leila Regina, redação do Universidade à Esquerda
24 de março, 2021 Atualizado: 20:37
Hoje, dia 24/03, trabalhadores de todo o país aderiram ao Dia Nacional de mobilização e paralisação em defesa dos serviços públicos. O objetivo dos trabalhadores é a luta contra os ataques ao serviço público e em defesa da vida. Em um contexto em que o Brasil chega a mais de 3 mil mortes diárias por conta do Coronavírus, os trabalhadores da linha de frente no SUS que enfrentam falta de equipamentos, medicação e a lotação das UTIs ainda tiveram seus salários congelados.
Os servidores públicos se posicionam contrários à contrarreforma administrativa (PEC 32) que ataca não só estes trabalhadores, mas todo o serviço público que atende a população e ainda sinaliza uma degradação maior para as condições de trabalho dos trabalhadores em geral. A PEC 32 comprometerá ainda mais os serviços básicos como educação, saúde e assistência.
O dia de paralisação e/ou mobilizações foi indicada pelo Fórum Nacional dos Servidores Públicos Federais (FONASEFE). Poucas categorias efetivamente paralisaram as atividades, tendo muitas delas se engajado apenas em pequenos protestos realizados regionalmente. Em alguns locais, os trabalhadores reivindicaram também a interrupção e reversão das privatizações de empresas públicas importantes (Petrobrás, Eletrobrás, Correios, entre outras), por um plano sério de vacinação para todos e medidas de combate ao contágio. Também foram incorporadas a luta pela derrubada de Bolsonaro. Foram registradas também cobranças às principais centrais sindicais pela construção urgente de uma greve geral para derrotar Bolsonaro.
As centrais sindicais aderiram ao dia de paralisação e anunciaram um calendário de lutas. Porém de formas distintas. Entre elas: a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB). Estas centrais realizaram uma live no dia de hoje com a presença da governadora Fátima Bezerra (Partido dos Trabalhadores), do Rio Grande do Norte e os presidentes das centrais, exigindo vacinas para todos e auxílio de R$ 600, além de emprego e renda e lockdown contra a pandemia
O chamado da CUT era por um dia de “Lockdown Nacional – dia de luta em defesa da vida, da vacina, do emprego e do auxílio emergencial de R$ 600 reais para desempregados e informais”. Apesar desse chamado sua orientação geral para paralisação foi que os trabalhadores fiquem em casa e cobrem governantes em protestos digitais. Atividades de panfletagem, carros de som, atos simbólicos, carreatas e audiências públicas foram planejadas para ocorrerem com poucas pessoas. A maioria dos atos prevê colagem de cartazes e circulação de carros de som.
Segue algumas das cidades que tiveram atos no dia de hoje: Bahia, em Salvador; Ceará, em Fortaleza; Distrito Federal, Brasília; Mato Grosso do Sul, em Campo Grande e outras cidades; Minas Gerais, Belo Horizonte; Pará, Belém; Paraíba, em João Pessoa; Paraná, Maringá; Pernambuco, em Recife ocorrerá ato no centro da cidade em ação é conjunta das centrais CUT, CTB, CSP-Conlutas, Força Sindical, Intersindical, UGT, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo e Campanha Fora Bolsonaro; Rio Grande do Sul, Porto Alegre; Rio Grande do Norte, Mossoró; Santa Catarina, em Joinville, Blumenau, Florianópolis e Criciúma; São Paulo, Campinas; Sergipe, em Aracaju.
Várias categorias aderiram às atividades como: os Bancários, a Educação, o Comércio e Serviços, os Metalúrgicos, os Petroleiros, os Servidores públicos (Fonasefe); e os Transportes.
Já a CSP-Conlutas chamou o dia de mobilizações “24M – Defender o Brasil é Lutar pelo Fora Bolsonaro”, ao longo do dia também registrou ações por todo o Brasil com atos simbólicos pedindo por vacinação, e em defesa dos direitos dos trabalhadores, defendendo o Fora Bolsonaro e Mourão. Há registro de atos em São Paulo, na capital, em Jacaraí, e em São José dos Campos; Boa Vista em Roraima; Belo Horizonte, Pirapora, Juiz de Fora em Minas Gerais; Florianópolis e Blumenau em Santa Catarina; Porto Alegre e Passo Fundo no Rio Grande do Sul; No Rio de Janeiro, em Niterói; em Fortaleza no Ceará; além de ações do Andes-SN.
A Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil) também aprovou em sua última plenária a paralisação dos técnico-administrativos em educação das Instituições Públicas de Ensino Superior. O dia de “Mobilizações, Paralisações e Greve no Serviço Público” segue o calendário das centrais, entidades sindicais e do Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais). Além de paralisação das atividades e recomendação de atividades presenciais, a Fasubra também orientou manifestações nos Hospitais Universitários como foi planejado pelo Sindicato Sintunifesp de um ato simbólico em frente ao Hospital São Paulo.
Confira registros de alguns atos importantes:
HSP – Unifesp:
Os trabalhadores da saúde fizeram protesto no Hospital São Paulo (HSP), o ato foi organizado pelo sindicato Sintunifesp da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para reivindicar melhores condições de trabalho. Os trabalhadores usaram cartazes pedindo “vacina para todos” e denunciando o colapso enfrentado pelas equipes de enfermagem.
HFCF
No Hospital Federal Cardoso Fontes em Jacarepaguá, Rio de Janeiro – RJ os trabalhadores realizaram ato com faixas pelo fim da omissão e pela vacinação. Os trabalhadores também lutam contra o risco de Estadualização do Hospital Federal e pela readmissão de profissionais demitidos.
ADUFF/SINTUFF
Ato em frente às barcas de Niterói no Rio de Janeiro, organizado pelo Sintuff e Aduff com cartazes e falas para a população em defesa da vida e da vacinação.
Foto do ato em 24/03/2021. Fonte Sintuff
UFSC
Na Universidade Federal de Santa Catarina, os trabalhadores vinculados ao Sintufsc fizeram ato no campus Trindade em Florianópolis colocando cruzes em memória dos mortos pelo covid. Os trabalhadores também entregaram ao governador um caixão simbolizando a omissão com a vida dos trabalhadores.
Cruzes em frente a reitoria da UFSC. Fonte: UFSC à Esquerda
Entrega de caixão ao governador de SC. Fonte: UFSC à Esquerda