Jornal socialista e independente

Nora Krawczyk

É professora doutora da Faculdade de Educação da Unicamp e membro do Grupo de Pesquisa em Politica Educacional, Educação e Sociedade (GPPES). Doutora em Educação pela Unicamp e realizou um pós doutorado na Maryland University (EUA). É pesquisadora do CNPq. Foi coordenadora do Programa de Centros Associados entre Flacso/Argentina; Universidad de la Plata/Argentina e Faculdade de Educação/Unicamp. Atualmente é representante da Pós graduação em Educação/Unicamp na Rede Latino-americana de Metodologia em Ciências Sociais. Mantém um blog. E-mail: [email protected]

Juventude acossada. Pandemia, violência policial, fundamentalismo religioso e outras ameaças

Mobilização dos entregadores marca contraofensiva ao pandemônio fascista, que se alimenta do assalto retrógrado à educação brasileira

10 de novembro, 2020 Atualizado: 11:54

Em coautoria com Dirce Zan. Publicado também no Le Monde Diplomatique Brasil em 18/09/2020.

Para a grande maioria dos jovens brasileiros está colocada a necessária conciliação entre escola e trabalho. No momento atual, com uma retração profunda do mercado de trabalho, resta a esses jovens recorrer a suas velhas bicicletas e incorporar-se ao exército de entregadores em domicílio que hoje vemos pelas ruas.

Parte importante desses entregadores parou de trabalhar em várias cidades em 1º de julho deste ano, repetindo a paralisação nacional no dia 25. Em São Paulo, alguns milhares deles saíram às ruas, numa inédita e impressionante mobilização para exigir melhores condições sanitárias, de trabalho e fornecimento de alimentação durante as extenuantes jornadas, o caminho para o reconhecimento de vínculo empregatício. Para os milionários aplicativos de entrega, eles não são trabalhadores precários, são donos de seu tempo e destino, ecoando o “empreendedorismo” que hoje, elevado à categoria de disciplina curricular, assola a educação brasileira.

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