Bolsonaro anunciou seu novo ministro da saúde, o quarto desde o início da pandemia. Marcelo Queiroga é Presidente da Sociedade Brasileira de cardiologia e substituirá Eduardo Pazzuello.
Queiroga é próximo à família Bolsonaro desde antes do governo, integrou a equipe de transição e mais recentemente, foi nomeado para assumir uma posição na diretoria da Agência Nacional de Saúde Suplementar. A indicação seu nome como ministro teria sido feita por Flávio Bolsonaro.
Essa indicação não agradou o centrão, base aliada do presidente. A cúpula do PP teria indicado o deputado federal Luiz Antonio Teixeira (PP-RJ), conhecido pelo apelido de Dr. Luizinho para assumir o cargo. No entanto, a indicação foi refutada pelo presidente, que queria um “nome técnico” para o posto e que não tivesse vinculação política.
Em seguida, Arthur Lira (PP-AL) teria indicado a cardiologista Ludhmilla Hajjar ao cargo. Nos encontros que foram realizados Bolsonaro e Ludhmilla se desentenderam, o que causou bastante alvoroço na mídia nos últimos dias.
Marcelo Queiroga foi escolhido como um ministro mais alinhado com Bolsonaro. Ele afirmou nesta terça-feira (16) que a definição da política “é do governo de Jair Bolsonaro”, e cabe à pasta executar as ações. Ele também falou que a gestão será de “continuidade”.
Antes de ser convidado pelo presidente, ele se posicionou contra o uso da cloroquina para a Covid. “A própria Sociedade Brasileira de Cardiologia não recomendou o uso dela nos pacientes, e nem eu sou favorável porque não há consenso na comunidade científica”.
Queiroga assume a pasta no meio do colapso do sistema de saúde brasileiro, no qual faltam leitos de UTI em diversas capitais e o desespero toma conta da população
Além disso, a saúde conta com um orçamento cada vez menor. Ainda que a área fique com quase metade dos R$ 19,76 bilhões de emendas parlamentares, o orçamento global deve sofrer uma baixa. O valor de R$ 136,8 bilhões em despesas previstas para este ano é 21,9% inferior ao que foi empenhado no ano passado. O setor de investimentos perde 39%, e as despesas correntes, 3%.