25 de março, 2021 Atualizado: 15:50
Na tarde de ontem (24/03) a revista Piauí noticiou que um grupo de empresários do setor de transporte que importou vacinas da Pfizer e vacinou familiares, amigos e políticos de Minas Gerais. Quem tomou a vacina pagou 600 reais pelas duas doses. As vacinas compradas de forma privada deveriam ser integralmente entregues ao SUS, Sistema Único de Saúde, enquanto os grupos de risco não forem vacinadas, após a vacinação dos grupos de risco as empresas que comprarem vacinas de forma privada deveriam entregar metade das vacinas compradas ao SUS.
Vídeos que flagram a vacinação clandestina circularam pelas redes sociais. A vacinação ocorreu numa das garagens da Saritur, onde após o horário do toque de recolher havia movimentação intensa de veículos. Os vídeos flagram uma enfermeira aplicando as vacinas. A vacinação clandestina foi organizada pelos irmãos Rômulo e Robson Lessa, donos da viação Saritur.
Hoje a tarde o Juiz Rolando Valcir Sapanholo, da 21ª vara cível do Distrito Federal, autorizou que o Sindicado dos Servidores da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo e a Associação Brasiliense das Agências de Turismo Receptivo importes imediatamente vacinas contra a Covid-19 e imunizem seus associados sem necessidade de doar as doses para o SUS, como determina lei aprovada neste mês pelo Congresso Nacional.
A vacinação clandestina, agora autorizada, sabota a estratégia de vacinação nacional e acaba por privilegiar aqueles com maior poder aquisivo. A sabotagem ocorre porque a vacinação, além de previnir a doença individualmente é uma estratégia coletiva de prevenção ao corona vírus, que depende que uma grande parcela dos habitantes seja vacinada para que diminua a velocidade de circulação do vírus. A vacinação que ocorria já de maneira lenta, ocorrerá também de forma desordenada e desorganizada o que poderia levar ao surgimento de variantes resistentes ás vacinas existentes.