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Amapá sem luz há 10 dias é marcado por protestos, morte e incertezas

Foto: Maksuel Martins/Secom/GEA Reprodução: Brasil de fato
Por Martim Campos, redação do Universidade à Esquerda
13 de novembro, 2020 17:03

Desde a sexta-feira passada (06/11) até o momento, estima-se que mais de 80 atos tenham sido realizados pelos moradores da região do Amapá, majoritariamente na capital e no município de Santana.

Com a incerteza do retorno integral do serviço de energia elétrica, a falta de cumprimento dos horários do rodízio, os moradores tem realizado os protestos para denunciar o descaso das autoridades públicas com a alarmante condição precária em que vivem desde a terça-feira passada (03/11). Após a explosão seguida de incêndio que comprometeu os três transformadores na mais importante subestação do estado, que fica na Zona Norte de Macapá, o fornecimento de energia elétrica e água foi interrompido em 13 das 16 cidades do estado, deixando quase 90% do Amapá no escuro.

De acordo com a matéria publicada hoje pelo Valor Econômico, o risco de apagão era do conhecimento de principais órgãos do setor elétrico. Desde a concepção do projeto eram indicadas a necessidade da instalação de quatro grandes transformadores na subestação, pois caso contrário, eles estariam operando acima do limite da capacidade – como acontece há cerca de dois anos. O serviço já apresentava péssima qualidade, com falta de energia constante nas casas e alto custo para os moradores da região.

Após o apagão, os moradores ficaram sem energia, água, entre outros inúmeros serviços e produtos básicos, tais como medicamentos, telefonia e alimentos. Diversos estabelecimentos continuam fechados e enormes filas foram formadas para sacar dinheiro, sem que muitos tenham conseguido.

Com as altas temperaturas do calor amazônico a sensação descrita por Dulcivânia em entrevista para a Piauí é a de “suplício, corpo e cabelo melecados, sensação de colapso mental em adultos, crianças gritando”, de uma  “panela de pressão que explodiu.”