26 de março, 2021 Atualizado: 18:24
O IPCA-15 teve aumento de 0,93% no mês de março. Nos últimos 12 meses, a alta atinge 5,52%. O índice, compilado pelo IBGE, é uma estimativa da inflação sobre o preço dos principais produtos consumidos pelos brasileiros. O principal fator foi a grande alta mensal do preço dos combustíveis: gasolina (11,18%), diesel (10,66%) e etanol (16,38%). A alta é a maior para o mês de março desde o ano de 2015, período durante o governo Dilma Rousseff em que o país enfrentava profunda recessão econômica.
Outro custo que apresentou alta foi o da Habitação, puxado pelo preço do gás de cozinha (4,60%), gás encanado (2,52%) e taxa de água e esgoto (0,68%). O índice IPCA-15 segue a mesma mesma metologia do IPCA, com diferença apenas no período de coleta dos dados.
A pressão do aumento sobre a renda das famílias já é um fator que prejudica a locomoção nas cidades. Principal carburante dos veículos urbanos, a gasolina já soma 9 meses consecutivos de alta. Mesmo com a isenção de impostos federais, o litro da gasolina já ultrapassa R$ 5,50 em muitos estados.
A elevação do preço dos combustíveis atinge diretamente o preço dos produtos no mercado. A logística no Brasil é fortemente dependente do modal rodoviário, isto é, do transporte de cargas por caminhoneiros. Quando há alta do diesel, a categoria negocia o reajuste dos fretes. Desse modo, o preço dos combustíveis forma os preços de todas as mercadorias. Por essa razão, o preço é estratégico para a economia do país.
Os aumentos são resultado dos reajustes do preço do petróleo pela Petrobras. A política da empresa é o de paridade com os preços internacionais do petróleo, formado no mercado mundial de produtores e compradores de petróleo cru. O preço do petróleo Brent, que é uma referência do mercado, acumula uma alta substantiva de 140% no período de 12 meses. No início do ano de 2020, o petróleo sofreu um choque de preço pelos produtores, que acarretou a queda das bolsas de valores ao redor do mundo.
Os preços já se equiparam aos anteriores à pandemia de Covid-19, em 2019, apesar da situação de desconstrole sanitário na maior parte dos países, com indícios de uma terceira onda da pandemia nos países centrais.