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Absurdo: Torres de transmissão de energia foram atacadas em meio à escalada golpista

Torres de transmissão de energia são derrubadas em meio a escalada golpista da direita
Montagem UàE – Foto: Torre derrubada em Rondônia – Divulgação/Eletronorte
Por Renato Milis, redação do Universidade à Esquerda
11 de janeiro, 2023 Atualizado: 21:48

Torres de transmissão de energia foram atacadas entre os dias 08/01 e 09/01, após os atos golpistas dos bolsonaristas em Brasília. Três torres caíram, em três diferentes linhas de transmissão, sendo uma no Paraná e outras duas em Rondônia. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) indica sinais de “vandalismo e sabotagem” em todas as ocorrências. 

O primeiro ataque teria ocorrido no domingo, 08/01, às 21:30 na linha de transmissão Samuel (AC)/ Ariquemes (RO). A Eletronorte confirmou a queda na torre nº219, e a torção das torres nº 218 e 220. 

Ainda na região norte, às 00:40 do dia 09/01, a linha de transmissão “Coletora Porto Velho (RO)/ Araraquara (SP)” também foi atacada. A linha do complexo do Rio Madeira liga a usina de Jirau e de Santo Antônio. A operadora Evoltz informou a queda da torre 724. De acordo com Aneel, a operadora informou indícios de sabotagem com a verificação que dois estais (cabos de aço que dão sustentação à torre) foram cortados. 

No sul, às 00:13 do dia 09/01, foi atacada a linha Foz do Iguaçu (PR)/ Ibiúna (SP),operada por Furnas. A empresa informou a queda da torre 114, localizada em Medianeira (PR). Também houve danos nas torres 112, 113 e 115. A linha é conectada à usina de Itaipu. 

Em nenhum dos casos houve interrupção de carga. A Aneel informou em nota que acompanha e fiscaliza a atuação das empresas na recomposição das instalações no que reconhece terem sido um “eventos críticos, ocorridos em instalações estratégicas do Sistema Interligado Nacional – SIN.” A agência informou também que é responsabilidade das empresas de transmissão realizar a avaliação da causa das quedas e quando possível apontar os responsáveis.  

Já o Operador Nacional do Sistema (ONS) emitiu nota em que afirma que foi informado das quedas de torres, mas minimizou as ocorrências afirmando que “nesta época do ano de condições climáticas severas, o incidente pode ser considerado normal”.  O órgão, no entanto, informa que está participando de um Gabinete de Acompanhamento da Situação do Sistema Elétrico Nacional, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Aneel, com objetivo de manter a segurança do sistema em que se estariam adotando medidas “implementadas em eventos especiais como, por exemplo, Eleições e Copa do Mundo e Olimpíadas”. 

O MME informou que a derrubada das torres não afetou o abastecimento à população. O Ministério afirma também que acionou os órgãos de segurança pública federais e estaduais. 

Os ataques, embora não tenham tido impacto significativo no sistema elétrico nacional, são sérios e graves.  E, junto às ameaças a refinarias e distribuição de combustíveis denunciadas pelos sindicatos petroleiros,  dão indicativos de até onde o golpismo bolsonarista pode chegar. 

A ameaça, no entanto, não é nova. O Coletivo Nacional dos Eletricitários denuncia os ataques ao sistema elétrico nacional que vêm ocorrendo desde dezembro de 2022. Dois ataques foram realizados no Maranhão no ano passado. 

O primeiro foi realizado no dia 24/12/22, às 02:30 da manhã, com a derrubada de três torres da linha de transmissão Balsas (MA)/ Ribeiro Gonçalves (PI) que indisponibilizou a linha ao Sistema Interligado Nacional (SIN).  Depois, mais um ataque foi cometido, desta vez numa linha operada pela empresa TAESA, também no estado. Uma torre foi derrubada na linha Imperatriz (MA)/Colinas (TO) o que causou o desligamento da linha Imperatriz (MA)/Carolina(MA). 

Os eletricitários denunciam a gravidade dos ataques ao SIN: “O SIN possui 175.000 km de linhas de transmissão e, a depender dos locais onde ocorrerem interrupções, estas têm o potencial de causar blecautes de grandes proporções, deixando milhões de brasileiros sem energia elétrica por várias horas”.  Os trabalhadores cobram o Ministério de Minas e Energia e se colocam na luta contra a direita golpista. 


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