Na manhã deste sábado, 13/06/2020, o grupo de extrema direita 300 pelo Brasil teve seu acampamento desmontado pelo governo do Distrito Federal a pedido do ministério público do DF, que trata o grupo como milícia armada, o que é proibido pela constituição. Entre os organizadores do grupo está Renan da Silva Sena e Sara Giromini.
Renan é ex-funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, da Família e dos direitos humanos, ganhou notoriedade quando agrediu enfermeiras que realizavam um ato contra o governo em frente ao palácio do Planalto no 1º de maio. Também a frente dos 300 está Sara Giromini, que adotou o nome de Sara Winter. O nome é o mesmo de uma socialite nazista, participante do grupo União Britânica de Fascistas.
Em uma entrevista à BBC Brasil, Sara Giromini disse que há integrantes armados no grupo. “Em nosso grupo, existem membros que são CACs [sigla para Colecionador, Atirador e Caçador], outros que possuem armas devidamente registradas nos órgãos competentes. Essas armas servem para a proteção dos próprios membros do acampamento e nada têm a ver com nossa militância”.
O grupo que defende Jair Bolsonaro e pede AI5, teve um inquérito sigiloso aberto pelo Ministério público Federal para investigar ataques. Integrantes do governo do Distrito Federal e ministros do STF trabalham com a hipótese gravíssima de que os atos realizados sábado à noite, no qual atiraram fogos de artifício contra o Supremo Tribunal Federal simulando um bombardeio, tenha acontecido com a omissão da polícia militar.
Ainda no domingo, o governo do Distrito Federal destituiu do cargo o subcomandante da Polícia Militar Luiz Souza, que efetivamente comanda a PM do DF, já que o comandante está se recuperando de COVID-19. Há suspeitas de que a inação policial tenha sido combinada por pessoas da área de inteligência do governo. Ainda que não fosse, a inação poderia ter sido espontânea e sugere a infiltração do bolsonarismo nas polícias militares.
Na manhã desta segunda feira, 15, Sara Giromini e outros cinco membros do grupo foram presos. Segundo a investigação, eles são suspeitos de organizar e captar recursos para atos antidemocráticos e de crimes contra a Lei de Segurança Nacional.
Após a prisão de Sara Giromini o grupo também atirou fogos de artifício em direção a sede da Polícia Federal. Portavam faixas do 300 pelo Brasil e Sara Livre.
No domingo, o ministro da educação, Abraham Weintraub, participou das manifestações antidemocráticas do grupo, a favor de Jair Bolsonaro. Por não usar máscara, o ministro foi multado em R$2.000. Integrantes do governo teriam dito a ministros do STF que o ministro da educação pode ser demitido, como uma sinalização de paz à corte. Bolsonaro procuraria uma saída “honrosa” para o ministro, como um cargo no palácio do planalto ou uma função diplomática no exterior. Em conversa reservada, relata a Folha de São Paulo, Bolsonaro disse que não abandonará seu aliado de primeira hora.