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José Braga, redação do Universidade à Esquerda
05 de junho, 2020 Atualizado: 13:20
Ontem, 04 de junho, uma nova marca trágica da pandemia afetou o país: a morte de mais de uma pessoa por minuto por COVID-19. Foram 1.473 brasileiros mortos em apenas um dia, levando o país a mais de 34.000 mortos por coronavírus. Mais de 600.000 pessoas já foram infectadas no Brasil.
De outro lado a crise econômica, catalisada pela pandemia, afeta diretamente os trabalhadores com o desemprego, suspensão de contratos, reduções de jornada e de salários. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados do desemprego para o trimestre móvel encerrado em abril: mais de 12 milhões de trabalhadores desempregados.
Somados a estes estão 5 milhões considerados pelo IBGE como “desalentados” (pessoas que estão desempregadas, não estão procurando emprego, mas trabalhariam se tivessem a oportunidade). Outro dado é o de “trabalhadores subutilizados”, composta por desempregados, desalentados, e também por aqueles que estão trabalhando menos de 40 horas semanais que chegaram em abril a 28 milhões e 700 mil pessoas.
Os indicadores do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), que não estavam sendo divulgados mensalmente como de costume, dão conta de 1,1 milhão de postos de trabalho fechados entre março e abril. A situação não é melhor para aqueles que estão empregados: 7,5 milhões de trabalhadores com carteira tiveram os contratos suspensos ou cortes de salário; e entre os informais a perda de renda chega a 90%.
Este conjunto de dados não são apenas números, dizem da vida de todos e de cada um dentre milhões de trabalhadores no país. Pressionados de um lado pelo risco de contágio e morte e de outro pelas deterioração das suas condições de vida com o desemprego e os cortes salariais. Uma tragédia que está prevista ao menos desde o fim de 2019 e que poderia ter sido evitada.