De acordo com dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ) na última terça-feira (26), o número de assassinatos por intervenção de policiais aumentou em 43% no mês de abril – em comparação com o mesmo mês em 2019. O número de mortes pelo Estado em apenas quatro meses (janeiro-abril) nesse ano foi de 606 pessoas.
O total de mortos por policiais militares no mês de abril foi de 177 pessoas no Rio de Janeiro. Uma morte a cada quatro horas.
Mesmo em meio a crise sanitária gerada pelo Covid-19, as operações truculentas da polícia no Rio de Janeiro não dão trégua. Inclusive, os tiroteios têm impedido as doações realizadas nas comunidades e paralisado o atendimento em unidades de saúde, que possuem como protocolo fechar quando há confrontos.
O número oficial de óbitos divulgado pelo ISP-RJ não inclui, ainda, uma série de mortes que ocorreram nos últimos dias em operações nas favelas no Rio. A realidade é ainda mais revoltante. Durante uma operação da PM no Complexo do Alemão, no dia 15 de maio, 12 pessoas foram assassinadas pelos policiais.
No dia 18 de maio, João Pedro Mattos Pinto, 14 anos, foi assassinado com um tiro pelas costas dentro de sua própria casa, após uma invasão das Polícias Federal e Civil no Complexo do Salgueiro, São Gonçalo. No mesmo dia, Iago César Gonzaga, 21, foi torturado e assassinado durante uma operação da PM em Acari.
No dia 20 de maio, durante uma invasão da PM que paralisou a distribuição de doações na Cidade de Deus, João Vitor Gomes, 18, foi assassinado. No dia 21, Rodrigo Cerqueira, 19 anos, foi assassinado no Morro da Providência, durante ação policial que também interrompeu a distribuição de cestas básicas a comunidade.
No dia 25 de maio, Bianca Regina Oliveira, 22 anos, foi ferida por uma bala na cabeça ao acordar em sua casa, na Cidade de Deus durante ação da PM.