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Campus Jaguarão da Universidade Federal do Pampa em Greve

Créditos da imagem: Resistência Popular Estudantil – Porto Alegre
Por Maria Alice de Carvalho, redação do Universidade à Esquerda
23 de setembro, 2019 Atualizado: 14:54

Os estudantes do campus Jaguarão, da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), iniciaram uma Greve por tempo indeterminado contra os cortes na educação e o programa Future-se, convocando todas as Universidades e Institutos Federais do país a iniciar uma Greve Nacional da Educação.

A partir do pontapé inicial do curso de Licenciatura em História de entrar em Greve no dia 10 de setembro, todos os outros cursos do campus aderiram à essa luta, após discussão em suas assembleias. No dia 17 de setembro houve uma Assembleia Estudantil do campus Jaguarão na qual a Greve foi pauta e uma carta do movimento grevista da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na qual os estudantes já se encontram em Greve desde o dia 10 de setembro, foi lida como forma de levar a experiência da Greve na UFSC para contribuir com os estudantes da UNIPAMPA.

No dia 21 de setembro, o movimento grevista da UNIPAMPA lançou uma carta de solidariedade à Greve Estudantil na UFSC, na qual discorre também sobre a experiência no campus que pode contribuir para impulsionar outros movimentos grevistas pelo país.

Confira na íntegra a carta:

Carta de Solidariedade à Greve dxs estudantes da UFSC

Nós, estudantes da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Campus Jaguarão, decidimos em assembleia discente unificada realizada no dia 17 de setembro de 2019 (terça-feira), sinalizar total apoio a GREVE dos estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) frente aos ataques do governo federal na educação pública, colocando como principais medidas desse ataque: os Cortes na educação e o programa FUTURE-SE. Apontamos também, nessa assembleia, a importância da mobilização dxs estudantes da UFSC como exemplo de luta a ser construída nas demais universidades/institutos federais do Brasil, incluindo nós, da UNIPAMPA.

Retomando o histórico de mobilizações recentes, no dia 10 de setembro de 2019 (terça-feira), o curso de Licenciatura em História foi o primeiro curso a aderir, como forma de resistência e mobilização, a paralisação estudantil. A partir deste momento, todos os cursos da UNIPAMPA puxaram as suas assembleias de curso e também decidiram aderir à paralisação junto ao curso de História, são esses: Bacharelado em Produção e Política Cultural, Licenciatura em Letras – Português e Espanhol e suas respectivas Literaturas, Letras – Português e Literatura de Língua Portuguesa, Letras – Espanhol e Literatura Hispânica, Tecnologia em Gestão de Turismo e Licenciatura em Pedagogia. Sendo assim, afirmamos, nosso total empenho em derrotar o sucateamento e o desmonte das universidades.

A partir disso, formamos comissões para mobilização dentro e fora da universidade, confeccionando alguns materiais para distribuir a população da cidade sobre a precarização da universidade, consequentemente a demissão em massa dxs trabalhadorxs teiceirizadxs e afetando diretamente nossa permanência estudantil na instituição, com possível perca dos auxílios permanência e fechamento do Restaurante Universitário (conquistado através de lutas da ocupação). Ressaltamos que nossa Universidade foi criada nas políticas do REUNI, espalhadas por 10 cidades periféricas do estado, possuindo pouco mais de 10 anos. Alguns campis sequer possuem RU e outros (incluindo Jaguarão) estão em processo de finalização da Casa de Estudante. Por isso reafirmamos que não vamos aceitar os cortes impostos pelo governo e o projeto Future-se, pois já carecemos de estrutura e políticas de assistência estudantil, e caso esse cenário não seja revertido, há um sério risco de fechamento de vários campis. Para além dessa construção, de dialogar com a população e passar a real situação da UNIPAMPA, decidimos por meio de Assembleia, como encaminhamento, exigir a presença da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (PRAEC), da Pró-reitoria de Planejamento e Infraestrutura (PROPLAN) e do reitor da Universidade para que exponham quanto a UNIPAMPA tem em caixa, exigindo um posicionamento firme contra os cortes e o Future-se.

Reiteramos a partir disso, importância da construção com a UFSC e com outras universidades que se opõem ao Ministro da Educação e ao seu projeto nefasto, que retirará a autonomia universitária, nos colocando como possíveis hospedeiros da iniciativa privada, com as chamadas Organizações Sociais. Todo apoio à Greve dxs estudantes da UFSC! Nos colocamos na mesma trincheira de LUTAS, buscando construir cada vez mais essa teia de mobilizações com o movimento estudantil de UFSC e que impulsione outras universidades para a construção de uma Greve Geral. Temos ciência de que somos um campus pequeno, mas, a vontade de LUTAR é gigante.

FORA WEINTRAUB E TODA A SUA CORJA!

NÃO AO FUTURE-SE!

NÃO AOS CORTES!

NA GREVE GERAL É QUE A GENTE SE ENCONTRA!

Créditos da imagem: Resistência Popular Estudantil – Porto Alegre


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