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[Cobertura] No III ENE, o horizonte é a superação do capitalismo

Foto: Reunião da Frente Nacional Escola Sem Mordaça no III ENE; Brasília/DF; por UFSC à Esquerda
13 de abril, 2019 Atualizado: 23:04

Pedro de Faria – Redação UàE – 14/04/2019

O III Encontro Nacional de Educação chega neste domingo a seu último dia. Sediado no campus da Universidade de Brasília, o III ENE conta com a participação de mais de 900 estudantes e trabalhadores de todos os níveis da educação, que debatem sobre o tema: “Um projeto classista e democrático de educação”.

Ao longo da manhã acontecerá a plenária final do evento, que dará encaminhamento aos debates que desenrolaram ao longo da sexta (12) e sábado (13), sistematizados pelos grupos de trabalho em nove eixos: Conhecimento, currículo e avaliação; Formação de trabalhadores da educação; Trabalho na educação e condições de estudo; Universalização da educação, acesso e permanência; Gestão/Organização do trabalho escolar; Gênero, sexualidade, orientação sexual e questões étnico-raciais; Financiamento da educação; Organização da classe trabalhadora e Democracia, autonomia no espaço educacional e liberdade de cátedra/ensinar.

Durante os primeiros dias de evento, aconteceram as mesas “Capitalismo e Educação – Lutas internacionais e nacionais pela educação pública” e “Os ataques à educação pública e a reafirmação do projeto classista”, bem como um painel sobre educação popular. O relato dessas discussões pode ser acessado na página oficial do evento: https://encontronacionaldeeducacao.org/

Por um projeto de educação da classe trabalhadora

Os dois dias de discussão mostraram como ainda há quem faça a crítica radical ao projeto mercantil imposto para a Educação Pública — que vem sendo implementado pelos últimos governos, sem exceção —, projeto que ganha ritmo acelerado no governo Bolsonaro. O eixo central desse projeto não é por fim em absoluto à Educação Pública, mas incorporá-la à lógica de acumulação de capital, privatizando sua gestão.

Por trás da aparência de caos e desagregação do governo, a agenda privatizante do executivo federal segue firme. Como destacou Virgínia Fontes em sua fala no sábado (13), ainda que existam tensões entre as frações da burguesia e mesmo no interior do próprio governo, a respeito de questões particulares, no plano geral eles estão unificados na exclusão de toda participação popular da formulação de um projeto alternativo de Educação.

Um projeto alternativo de Educação só pode partir de uma concepção alternativa de sociedade. Se o projeto “classista” da burguesia é o da educação reduzida à formação de força de trabalho, um projeto classista democrático, da classe trabalhadora, um projeto de educação que visa emancipar e cultivar o ser humano, terá de ter como horizonte emancipar-se da sociedade burguesa.

Alertou Virgínia: não há setor burguês que feche com os trabalhadores sobre os rumos da Educação. Não há mais espaço para ilusões a respeito das políticas públicas que em essência favorecem os grandes conglomerados de educação privada, geridos por fundos de investimento internacionais. “Nossa força está nas classes organizadas e nas massas trabalhadoras sem direitos e mais exploradas. A nossa pedagogia é a pedagogia da luta, em todos os momentos”, completou.


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