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No 12º dia de protestos no Equador, Greve Nacional continua

Foto: Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie).
Por Morgana Martins, redação do Universidade à Esquerda
24 de junho, 2022 15:45

Já são 12 dias de luta no Equador, com bloqueios de estradas, assembleias populares, manifestações massivas e ocupações. Diversos grupos indígenas estão se manifestando contra as políticas do governo do presidente conservador Guillermo Lasso e o aumento do preço dos combustíveis.

Os protestos estão sendo, em sua maioria, organizados pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), que já fez parte de mobilizações que levaram à queda de três presidentes entre 1997 e 2005. Segundo seu site, a Conaie é uma organização indígena formada por nacionalidades, povos, comunidades, núcleos e associações indígenas do Equador. 

Como parte da mobilização, foi ocupada na noite de quarta-feira (22) uma central elétrica no sul do Equador, localizada na província de Tungurahua, a 150 km de Quito. Na capital, alguns manifestantes tentaram invadir o Congresso, mas foram dispersados pela polícia.

A Conaie publicou que no contexto da Greve Nacional na segunda-feira 13 de junho de 2022, um documento com 10 exigências e propostas foi formalmente apresentado ao gabinete do Presidente da República, que incluem baixar o preço dos combustíveis, ampliar prazos para pagar dívidas financeiras e aumentar o orçamento para a saúde e educação intercultural. 

Em carta, intitulada “Proteger o direito de protesto dos povos indígenas”, a Conaie escreve que 

A mobilização é motivada pela imposição de políticas governamentais neoliberais que levaram ao agravamento da pobreza, à redução do orçamento geral do Estado para saúde e educação e à redução das políticas sociais para igualdade social, ao aumento da insegurança e da violência em várias partes do país, à imposição agressiva de políticas e atividades extrativistas (mineração e petróleo), à violação dos direitos coletivos dos povos indígenas e afrodescendentes e, em geral, à falta de garantias para o exercício dos direitos econômicos, sociais e culturais da população.

A manifestação também inclui grandes assembleias populares, convocando a classe trabalhadora do país a se juntar à Greve Nacional. Quatro pessoas morreram durante a repressão contra as manifestações, 84 manifestantes foram feridos e 94 levados pela polícia.


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