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Allan Kenji Seki - Universidade à Esquerda

Allan Kenji Seki

É militante político e pesquisador da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Doutor em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), atualmente é pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Política Educacional – GREPPE e do  Grupo de Investigação sobre Política Educacional (GIPE-MARX). Desenvolve estudos sobre a Universidade, Educação Superior, Trabalho e Educação, Privatização e Financeirização. Faz parte do Jornal Universidade à Esquerda e da Escola de Formação Política da Classe Trabalhadora – Vânia Bambirra.

A Reforma Administrativa na agenda da classe dominante

16 de agosto, 2021 Atualizado: 06:57

Texto escrito em colaboração com Renato Ramos Milis

Em 19/07, o Presidente da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que aprecia a Reforma Administrativa, o deputado Fernando Monteiro (PP/PE), deu uma entrevista à Folha de São Paulo. Nela defendeu uma “Reforma da Câmara”, ou seja a alteração pela via de emendas dos deputados ao texto da Proposta de Emenda Constitucional 32/2020 entregue pelo Governo Federal. A tese defendida por Monteiro é que o Congresso não faça adesão completa ao texto do governo, e que com isso insira suas digitais na proposta. 

Monteiro busca com essa afirmação, que tem sido repetida por outros deputados, afastar a Reforma da imagem do Presidente da República Jair Bolsonaro e de seu Ministro da Economia, Paulo Guedes, buscando facilitar sua aceitação pela sociedade, e em particular pelos servidores públicos. O recado de Monteiro é também para a classe dominante: a Câmara vai fazer uma Reforma Administrativa. 

As possíveis modificações no texto da PEC 32/2020 que pudessem eventualmente ser feitas pela Câmara, não irão alterar o sentido global da reforma: a fragmentação da função pública, aumentando ainda mais a permeabilidade dos interesses dominantes na prestação dos serviços estatais, além de servir essencialmente ao propósito de devastar os direitos dos trabalhadores. Isso porque, ainda que a reforma tenha sido encaminhada pelo Governo Bolsonaro, sua autoria não muda o fato de que esta é uma reforma cuja pauta é essencialmente comandada pelos interesses dominantes. 

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