No último sábado, 29 de maio, trabalhadores e estudantes foram às ruas por todo país para lutar por Fora Bolsonaro. Os atos aconteceram em mais de 200 cidades: em todos os estados, nas capitais e nas grandes metrópoles, e também em muitos municípios pequenos e médios. Estima-se que mais de 400 mil pessoas tenham participado das manifestações.
Foi marcante a presença nacional dos atos, que não ficaram concentrados apenas nos grandes centros urbanos. A indignação com o governo genocida e entreguista de Bolsonaro alcança todos os cantos do Brasil.
Houve também registros de solidariedade internacional. Atos ocorreram também em cidades como: Montevidéu, Berlim, Londres, Oxford, Bruxelas, Barcelona, Paris, Lisboa, Porto, Nova York.
Os atos foram mais uma importante ação no combate a Bolsonaro. Eles puderam dar corpo a revolta sentida por todos e cada um, e dão novamente a dimensão que os trabalhadores e estudantes podem ter um papel decisivo na luta contra o governo Bolsonaro e suas políticas.
Os atos foram uma importante resposta às escandalosas revelações sobre a atuação do Governo Federal na pandemia pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19. Embora este seja um terreno no qual os trabalhadores têm pouca influência, e não é nela que se resolverá o nosso polo da luta contra Bolsonaro, a CPI tem revelado detalhes da condução do governo e confirmado aquilo que sabíamos: o governo optou conscientemente por não realizar a compra de uma quantidade significativa de vacinas ainda em 2020; a omissão na crise de Manaus e do Amazonas, numa tentativa deliberada de usar o povo de cobaia para as políticas do governo; a compra e o incentivo para uso de medicamentos ineficazes para o tratamento da COVID-19 e seus sintomas como Hidroxicloroquina, Ivermectina e outros em detrimento de coordenar medidas de isolamento social, testagem e vacinação.
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Nossa indignação cresce mais a cada dia em que vemos, por um lado, a incapacidade generalizada de Bolsonaro e seus comparsas de lidar com as grandes causas nacionais, e por outro, sua escolha deliberada de empurrar o povo à morte. De brinde, como para celebrar o sucesso de sua política genocida, comemorar os 460 mil mortos, Bolsonaro ainda optou por realizar a Copa América neste mês.
É cada dia mais nítida a necessidade de lutarmos pela derrubada desse governo. E não só: derrotar o projeto da classe dominante que ele leva a cabo, com a reforma administrativa, as privatizações, a reforma tributária, os ataques às universidades, a alta dos preços, o desemprego e o arrocho sobre os trabalhadores.
Os atos nos fortaleceram e deram um novo fôlego às nossas lutas ao botar a esquerda nas ruas de novo. Novas manifestações estão sendo chamadas por conjunto de movimentos, sindicatos e partidos para o dia 19 de junho. Debate-se também a organização de atos para o dia 13 de junho, data de estreia da Copa América. Que estas manifestações sejam um marco da retomada da força das lutas dos trabalhadores, e que venham muitos mais atos, paralisações, greves – que nos fortaleçam inclusive para organizar uma grande greve geral!