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Sob pressão, Bolsonaro faz seis trocas ministeriais em apenas um dia

Com o aprofundamento da crise sanitária e econômica, o Presidente realiza mudanças nas pastas

Imagem: Marcos Corrêa/ Imagem Licenciável
Por Flora Gomes, redação do Universidade à Esquerda
30 de março, 2021 Atualizado: 11:42

Poucos dias após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), aliado de Jair Bolsonaro (Sem Partido), haver pressionado o presidente, o chefe do Executivo realizou a troca de titularidade de seis cargos em ministérios no dia de ontem (29). Além disso, houve mudanças no comando da Advocacia-Geral da União (AGU) e na Secretaria de Governo da Presidência da República. 

As mudanças ocorreram após líderes do centrão expressarem o descontentamento de alguns setores da burguesia com a gestão das mortes no Brasil, posto que  têm defendido a importância da vacinação em massa para o enfrentamento da crise econômica. Mais de 500 economistas, banqueiros e empresários do país – como Roberto Setubal, Pedro Moreira Salles e Pedro Parente – haviam assinado uma carta aberta no último dia 21. Nesta, o empresariado defende o uso de máscaras, a aceleração da vacinação e o isolamento social com auxílio emergencial. Isso porque, para eles, “não é razoável esperar a recuperação da atividade econômica em uma epidemia descontrolada”. Essa postura mais rígida de setores da burguesia expressa que o cálculo macabro feito por esses durante toda a pandemia, no qual diversos trabalhadores foram deixados para morrer em nome da manutenção da atividade de diversos setores não essenciais, acabou pendendo demais para um dos lados. A aposta na insensibilidade perante as mortes encontra um certo limite tanto no sistema funerário quanto na própria economia, uma vez que não há dicotomia entre esta e a vida. Essas políticas defendidas hoje ferrenhamente por parte influente do empresariado brasileira foram, durante diversos momentos da pandemia, desenhadas  abertamente pelo Presidente.