Jornal socialista e independente

Lalo Minto

É professor da Faculdade de Educação da Unicamp. Pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas Educação e Crítica Social (GEPECS). Autor de: A educação da miséria: particularidade capitalista e educação superior no Brasil e As Reformas do Ensino Superior no Brasil: o público e o privado em questão.

O gado, a vacina e as “vantagens comparativas”

02 de março, 2021 15:58

Diante de uma pandemia que oficialmente já matou mais de 250 mil pessoas e cresce em ritmo assustador, um dado alarmante foi trazido recentemente por reportagem da BBC Brasil[1]: o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindam) afirma que “mais de 90% das vacinas para gado são fabricadas no país” em cerca de 30 fábricas, garantindo autossuficiência, ao passo que temos apenas duas fábricas nacionais de vacinas para uso humano atendendo às demandas dos planos nacionais de imunização via SUS – Fiocruz/Bio-Manguinhos e Instituto Butantan.

Em artigo publicado por três pesquisadores da Fiocruz, por sua vez, vemos que:

Há 20 anos, o Brasil produzia 50% de seus insumos para vacinas. Hoje o percentual é de apenas 5%. É evidente que não houve uma política de investimentos adequados para desenvolver esse setor crucial para um país de dimensões continentais e mais de 210 milhões de habitantes. É evidente que a ordem de prioridades políticas e econômicas, seja ela qual for, terá de ser alterada para garantir que não ocorra desabastecimento de insumos para a produção de medicamentos ou de vacinas.[2]

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