Jornal socialista e independente

Debate

A corrida pela vacina e seus desdobramentos

A vacina empurra como aceitável o retorno presencial criando um clima de suposta segurança

Por Ana Julia, redação do Universidade à Esquerda
17 de agosto, 2020 Atualizado: 12:04

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, acontecimento que marca nosso século, a maioria dos países colocaram seus institutos e universidades a se debruçar em pesquisas e estudos sobre as características desse novo vírus que circula o mundo. Decifrá-lo, compreendê-lo e tratá-lo tem sido um enorme desafio. Seguindo nessa esteira, na semana passada a discussão sobre as vacinas passaram a prevalecer, impulsionada principalmente pelas mídias, com enfoque na narrativa de que a vacina pode chegar muito antes do que imaginávamos – até mesmo neste ano.

No início da pandemia, discutia-se que a possibilidade de vacina se daria em um futuro bastante distante; nenhuma vacina efetiva foi produzida na história tão rapidamente, há diversos estudos e estágios de testes a serem feitos, inclusive pelo fato de que por ser uma vacina que será aplicada amplamente na população, é necessário ter muito conhecimento sobre quais serão os efeitos colaterais. Átila Iamarino, biólogo e produtor de conteúdo, afirmava que deveríamos contar dois anos para uma vacina minimamente segura, tratando do histórico da produção de vacinas.