De acordo com o Observatório da Enfermagem, instrumento realizado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), já são 3.203 profissionais da saúde contaminados e 334 mortos ao todo.
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Desde o início da pandemia no Brasil os e as trabalhadoras da saúde se manifestaram sobre as precárias condições de trabalho. Leitos que já estavam quase em lotação, a falta ou inadequação dos equipamentos de proteção individual (EPI), além da quantidade acima do normal de pacientes por equipe e da falta de estrutura para os plantões — como não ter local adequado para descanso, etc.
Em maio, profissionais do Hospital de Campanha do Anhembi, em São Paulo, ao irem à público denunciar a realidade dura que têm vivido, receberam como resposta das Organizações Sociais (OS) responsáveis pelo hospital que suas denúncias eram mentirosas.
A OS é uma forma de gestão privada de estruturas públicas, como hospitais e escolas. Em Anhembi, as responsáveis pelo Hospital de Campanha são a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) e o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (IABAS) — sendo que este último está sendo investigado por desvio de recursos públicos, tendo quatro de seus empresários presos.
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No Rio de Janeiro, um dos estados que já está pensando no retorno presencial das aulas, os funcionários da saúde estão em greve por falta de salário desde o dia 23 de julho. Há casos relatados de quatro meses de salário atrasados.
As unidades de saúde que estão com trabalhadores em greve são, em sua maioria, administradas por OS — sendo o IABAS uma delas.
Esse tipo de parceria público-privada foi empurrada contra a classe trabalhadora sob o discurso de que apenas com este protótipo de privatização poderia haver melhora dos serviços prestados. Mas o que vemos hoje são escândalos de corrupção dos mais variados e um agravamento do sucateamento das estruturas físicas, das condições de trabalho e do próprio atendimento à população.
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Na agenda do governo Bolsonaro está mais uma série de privatizações a serem tocadas em meio ao caos da pandemia. A experiência que temos com OS é um exemplo claro do que significa esse movimento de passar ao capital privado a responsabilidade sobre instituições tão fundamentais para nós.
A defesa pela vida perpassa pela luta contra a privatização. Mas não podemos somente nos contentar com o público se a ele os interesses privados estão aliados. Não se pode perder de vista a luta por uma sociedade regida pela vida e não pelo enriquecimento privado de poucos.