Jornal socialista e independente

Notícia

Professores da Educação Básica se mobilizam contra o retorno das aulas

Medidas governamentais pressionam o retorno da volta às aulas presenciais na educação básica

Por Martim Campos, redação do Universidade à Esquerda
12 de agosto, 2020 Atualizado: 15:20

Com as medidas governamentais embaladas do “novo normal” e seu apoio por grande parte da mídia, esse projeto segue avançando sem descanso, em meio a marca atual de mais de 100.000 mortes por Coronavírus, atingidas neste sábado (08/08). Os únicos indícios confiáveis são os que nos mostram que o horizonte de controle da contaminação pelo vírus continua distante e incerto, uma vez que nos deparamos com o cenário dos leitos de UTI de hospitais de todo o país atingindo sua lotação máxima, com a desmobilização de recursos e desmonte de unidades de saúde, trabalhadores sendo expostos cotidianamente pela retomada forçada da economia e com as apostas principais de prevenção baseadas em uma “placeboterapia”, com apelativas pílulas mágicas sendo distribuídas com parte do dinheiro público.


Neste cenário aparece ainda em destaque a discussão com o forçado retorno às aulas presenciais na educação básica, já sendo implementado em muitos estados de maneira híbrida, tendo como base o protocolo publicado pelo Ministério da Educação (MEC), mas sem plano efetivo de segurança para proteger crianças e jovens do novo coronavírus (Covid-19). Além do número expressivo recolhido por pesquisa feita pelo Datafolha, onde 70% dos pais e mães acreditam que seus filhos deveriam ficar na mesma série em 2021 pois sentem-se inseguros e temerosos com o retorno de seus filhos para as aulas, a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) respalda o isolamento social devido a questão de que em caso de retorno, cerca de 9,3 milhões de pessoas também ficariam sujeitas à contaminação pelo novo coronavírus porque fazem parte de grupos de risco – idosos e adultos com comorbidades – que convivem com as crianças, jovens e profissionais da educação.