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Opinião

Os sentidos dos atos de rua contra o governo Bolsonaro

No contexto de consecutivas derrotas, retorno da esquerda à rua exige análise das potencialidades

Manifestação “FORA BOLSONARO” Concentração no MASP, Avenida Paulista, São Paulo, SP. 26 de junho de 2021. Foto: Roberto Parizotti (FotosPúblicas).
Por Luiz Costa, redação do Universidade à Esquerda
30 de junho, 2021 Atualizado: 11:35

Após 15 meses desde o início da pandemia no Brasil, estamos vivenciando pela primeira vez um enfraquecimento do governo Bolsonaro. A mudança conjuntural tem grande importância para nossa classe, pois permite vislumbrar uma nova correlação de forças capaz de refrear a agenda burguesa e, até mesmo, aniquilar a alternativa golpista que o governo Bolsonaro tenta emplacar.

Os atos de rua, iniciados no dia 29 de maio, não expressam apenas mais uma investida contra o governo, eles representam a ferramenta de luta central para as classes subalternas. É a rua, não o parlamento, que nos serve de arena. É nela que trilhamos táticas de enfrentamento imediatos e aglutinamos condições subjetivas para confrontos vindouros.

O enfrentamento ao bolsonarismo tornou-se imperativo desde sua passagem ao segundo turno nas eleições de 2018. Desde então, tem-se intensificado a liquidação das nossas riquezas sociais — com o aprofundamento das privatizações e a retirada de direitos — e a perda de nossas riquezas pessoais — com a morte de mais de meio milhão dos nossos.