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Sob ameaças da Reitoria, ocupação na UFRN segue contra as políticas de austeridade do Governo

Por Amanda Alexandroni, redação do Universidade à Esquerda
01 de julho, 2019 Atualizado: 21:17

 

No dia  da última Greve Geral, 14 de junho, diversas entidades estudantis e sindicais organizam mobilizações com piquetes nas entradas das universidades, paralisações do transporte público e grandes atos nas ruas contra a Reforma da Previdência e os cortes nas Instituições de Ensino Superior (IES).

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Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), os estudantes envolvidos nas mobilizações da Greve, além de bloquearam vias e comporem atos, iniciaram uma ocupação na Reitoria da Universidade, com objetivo de conseguirem manter e ampliar as atividades de luta contra as políticas do Governo Bolsonaro. 

Na carta de Deflagração da Ocupação Leilane Assunção, os estudantes apontaram para a necessidade dessa tática como forma de articular as diversas lutas, visando impedir o avanço da política de austeridade do Governo: 

“A resposta dos setores populares veio em boa medida com a realização de grandes mobilizações de rua. No entanto, o governo não tardou em articular respostas e diante de cada iniciativa popular, procuraram formas de retaliar. A exemplo: a proibição de propagandear, propor, ou mesmo participar, de atos políticos em dias de semana, pelo Ministro Abraham Weintraub. O financiamento privado à participação em atos pró-governo, muitos destes sendo efetuados pelas mesmas empresas que financiaram os “pacotões de fake News” na última eleição de 2018. O impedimento de nomearmos nossos Reitores e Diretores de Departamentos, também pelo Sr. Weintraub, o pedido dos dados pessoais dos estudantes das Instituições de Ensino Federais/ IFES (pedido este inconstitucional), pelo Presidente do Inep, dentre outros. Portanto, a cada ato, uma medida burocrática a mais. Os atos de rua cumprem uma função crucial na manutenção do processo democrático, pois mostram a insatisfação de grandes setores perante a tais medidas. Porém, entendendo algumas vulnerabilidades para a manutenção da luta em defesa da educação e contra a reforma da previdência, acreditamos que o movimento deve inovar em suas táticas. A adoção de outras formas de atuação política não substituem a necessidade e poder dos atos de rua, mas, servem como seu combustível, e também como potencial articulador dos mesmos.

(…)

Já após o grande ato do dia 15 de maio e tendo em vista o dia de Greve Geral no 14 de junho, percebemos a necessidade da adoção de tal tática no intuito de, mesmo com o período de férias que se aproxima, alimentarmos a luta, gerando uma pressão no meio educacional para a adoção de uma greve (paralisação por tempo indeterminado das atividades) visto que nossa instituição educacional não tem condições de dar prosseguimento às suas atividades regulares e que essa greve possa se irradiar para outros setores da sociedade e com isso darmos maior efetividade a essa luta. Assim como, maior coesão à caravana até Brasília.”

Desde a noite do dia 14 de junho a Ocupação Leilane Assunção tem realizado atividades formativas e culturais. Está sendo composta por estudantes da Universidade e membros do Movimento Indígena, com apoio de Sindicatos, Movimentos Sociais e grupos culturais. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRN manifestou-se apenas lançando uma nota de apoio à ocupação.

Apesar da Ocupação não estar impedindo as atividades administrativas na Reitoria, tendo em vista seu caráter pacífico, na última quinta-feira (27/06) a administração central intimou membros a desocuparem o hall, ameaçando-os com providências administrativas e jurídicas. A notificação intimidatória foi realizada sem aviso ou tentativa de diálogo prévio por parte da administração central, acusando os membros de obstrução das câmeras e refletores do local, além de apontar para a ilegalidade de intervenções realizadas nos bustos existentes no hall. Ainda que sob ameaça, os membros seguem ocupando a reitoria. 

O UàE seguirá  acompanhando e noticiando atualizações da Ocupação Leilane Assunção.

 


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