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Opinião

Eleições na Câmara e Senado: vitória da agenda do capital

Resultado indica freio nos pedidos de impeachment e articulações para avanço de reformas

Imagem: Marcos Corrêa/ Imagem Licenciável
Por Caio Sanchez, redação do Universidade à Esquerda
05 de fevereiro, 2021 Atualizado: 14:17

Foram eleitos na última segunda-feira (01/02) os presidentes da Câmara e do Senado, ambos aliados declarados de Jair Bolsonaro (Sem Partido). Arthur Lira (PP) é o novo líder da Câmera, com 302 votos – mais do que o dobro que o segundo colocado, Baleia Rossi (MDB).  No Senado, o candidato escolhido foi Rodrigo Pacheco (Democratas). Essa vitória é significativa para a conjuntura brasileira porque revela a capacidade de Bolsonaro, apesar de suas características peculiares, de adentrar nas coordenadas do jogo político para neutralizar uma parcela da burguesia que cogitava destituí-lo da cadeira presidencial.

O resultado das eleições de 2018 não foi exatamente o que a burguesia brasileira havia planejado para o Brasil. Conforme apontou Mauro Iasi no programa de entrevistas da Universidade à Esquerda – O prelúdio -,  do ponto de vista do capital, era necessário que após o golpe de 2016 uma liderança forte assumisse o Palácio do Planalto para dar cabo às reformas estruturais necessárias em um momento de crise – Reforma da Previdência, Reforma Administrativa, Reforma Tributária. A aposta dos grandes capitais era de que Geraldo Alckmin (PSDB) assumisse essa tarefa. Entretanto, o candidato possível, do ponto de vista da burguesia, foi Jair Bolsonaro. Assim, a manutenção ou não de Bolsonaro no poder está embasada  na sua capacidade de levar a cabo a agenda de reformas necessárias para a retomada econômica no período seguinte.

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