Jornal socialista e independente

Olinda Evangelista

É professora aposentada da Universidade Federal de Santa Catarina e do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE/UFSC). Pesquisadora do Grupo de Investigação em Política Educacional (GIPE-Marx), sediado na UFSC. Em seus estudos de política educacional privilegia o tema da formação docente e a defesa inconteste da escola pública e seu papel crucial na formação da classe trabalhadora. Também é bordadeira.

Reuni Digital: página infeliz da nossa história

03 de outubro, 2021 Atualizado: 16:22

Em coautoria com Priscila Monteiro Chaves*

Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
(Chico Buarque, Francis Hime, 1984)



Palmas pra ala dos barões famintos

Em maio deste ano, o Ministério da Educação (MEC) enviou às Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) seu Plano de Expansão da EAD nas IES públicas federais, o Reuni Digital (RD), que, em tese, deverá cumprir o prometido na Meta 12 do Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024, ou seja, até 2024, as instituições públicas deverão contabilizar 40% das novas matrículas em educação superior. Atingir esse percentual só seria possível pela adesão das IFES às formas remotas, híbridas ou totalmente a distância, consubstanciadas em alguma coisa chamada Universidade Digital.

Em agosto, o tema foi discutido na Câmara dos Deputados e transmitido sob requerimento da Deputada Dorinha Rezende (DEM/TO). A audiência pública extraordinária virtual foi realizada para debater Educação a Distância no Ensino Superior, formulação que escondia a gravidade do que se proporia no evento. Estavam presentes Wagner Vilas Boas de Souza, Secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (SESU/MEC), Luiz Roberto Liza Curi, da Câmara de Educação Superior do CNE/MEC e outros interessados (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2021)[1]. Ao iniciar a sessão, o representante do MEC assinalou que “[…] nós temos alguns desafios para acelerar o ritmo e a direção da expansão da Educação Superior em sintonia com o Plano Nacional de Educação” (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2021), referindo-se à Meta 12. Mencionou, ademais, a necessidade de redução da evasão e retenção de estudantes – da ordem de 50% –, para o quê o ensino remoto se afiguraria uma grande solução.

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